Precisamos de um traidor.

Ainda há esperança. O Brasil hoje precisa que o Presidente Michel Temer seja um exímio traidor. A única solução democrática viável, no curto prazo, para que o Brasil saia desse atoleiro passa pela traição do Temer com os seus aliados políticos. Neste momento o Presidente deve romper com todos os políticos que estão envolvidos na lava-jato, governando no parlamento com a minoria que ainda resta. Na gestão do executivo a saída é expurgar todos os políticos e apadrinhados, renovar a gestão com técnicos apartidários, buscando nomes no mercado privado e nas universidades (é hora da meritocracia), fazer a única reforma que só depende dele – a reforma da máquina pública.

O custo e o risco político dessa traição são estratosféricos, mas com essa atitude o Temer mata dois coelhos com um cajadada só – marca sua gestão na Presidência como um estadista, mostra que pensou no país e não em si, que foi para o sacrifício (prepara sua boa-fé e imagem para o pós mandato – defesa nos tribunais), alinha (não resolve) o Brasil para um crescimento econômico e terá, possivelmente, a complacência da sociedade.

Vale lembrar que o Temer tem mais de 70 anos – muito provavelmente no campo judicial ele escapará do pior (prisão); na vida pública seu labor está perto do fim, daí que pular agora do barco dos “amigos” é uma questão estratégica, que possibilitará o salvamento de sua biografia para a história.

Resta saber se Michel Temer tem essa coragem e se ele acredita ser devedor do Brasil. São nos raros momentos de colapsos que os homens revelam a sua verdadeira fibra.

Recentes