Ninguém tem a menor dúvida de que o Brasil está passando por um período muito singular; seja na política, na economia, no judiciário, ou mesmo no campo social; toda a sociedade brasileira está cada vez mais tensionada com o que vai acontecer amanhã ou daqui a pouco.

E essa batalha perdurando por mais tempo é um péssimo sinal. “Uma vez começada a batalha, ainda que estejas ganhando, se continuar por muito tempo, desanimará a tuas tropas e embotará tua espada. Se estiveres sitiando uma cidade, esgotarás tuas forças, se manténs teu exército durante muito tempo em campanha, teus mantimentos se esgotarão.” (Sun Tzu – Arte da Guerra – Século IV a. C.).

Desde 2005 o Brasil vive um ciclo de turbulência (início dos escândalos de corrupção política – Mensalão). Estamos, portanto, há 12 (doze) anos marcando passo. Tivemos pouquíssimos avanços econômicos, estruturais (desenvolvimento de infraestrutura) e sociais. Recentemente, em 2016, parecia que estávamos no olho do furação, assistimos até ao impeachment do Chefe do Poder Executivo, isto é, tínhamos atingido o ápice da corrupção generalizada.

Agora, já no início de 2017, estamos vivenciando o cenário do caos. A União batendo cabeça para dialogar sobre os seus projetos de ajuste fiscal e a reforma da previdência, os Estados, em sua maioria, insolventes, sem ter como, sequer, pagar os salários de seus servidores, na área da segurança pública a desmoralização é vexatória, os Municípios estão abandonados, perderam totalmente a sua condição de sustentabilidade, os seus deveres constitucionais escorrem pelo ralo.

E, então, até quando isso vai durar? Estamos enxugando gelo? A quem interessa a derrocada da soberania nacional? Os nossos governantes e parlamentares estão de verdade trabalhando pelo Brasil, querem resolver os problemas? Como mudar esse cenário?

Despreocupado com eventuais críticas por simplificar a questão, objetivando apenas desassossegar os bons, afirmo: a solução está nas mãos das pessoas íntegras. Aquelas que querem e fazem o certo, simplesmente porque é certo. Especialmente os empresários brasileiros que tem a capacidade de gerar empregos e desenvolvimento.

Toda a nação brasileira precisa ser contaminada pelo vírus da integridade, a estrutura de poder (executivo, legislativo e judiciário), a sociedade empresária e o povo não aguentam mais a decomposição moral – esse mal já causou a putrefação das instituições e das pessoas. Absolutamente tudo o que está acontecendo de degradante no Brasil é em virtude da causa/efeito da desmoralização social.

O nosso horizonte tem um nome, desafio moral. Como fazer com que os íntegros se interessem pelas tomadas de decisões do nosso país, envolvam-se e se insiram nelas?

Acredito que, primeiramente, exigindo incansavelmente de nós mesmos a verdade. Certa vez ouvi alguém dizer que o exercício mais difícil imposto ao homem é o da fortaleza de sua coerência – ser coerente com o que pensa (íntimo), com o que fala (discurso) e com a forma como se porta (vida prática – ação) sobre um único tema. Vejamos o seguinte exemplo: O que você pensa sobre a corrupção? O que você fala acerca da corrupção? Qual é sua postura diante dela?

Não espero ver outro Brasil na segunda-feira, não tenho mais o privilégio da ingenuidade, minha esperança se mantém considerando o que podemos fazer HOJE para mudar o futuro.

A guerra é de vital importância para o Estado; é o domínio da vida ou da morte, o caminho para a sobrevivência ou a perda do Império: é preciso manejá-la bem. Não refletir seriamente sobre tudo o que lhe concerne é dar prova de uma culpável indiferença no que diz respeito à conservação ou à perda do que nos é mais querido; e isso não deve ocorrer entre nós.” (Sun Tzu – Arte da Guerra).

Avante Brasil!

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